01 abril, 2012

As luzes da cidade

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De longe vejo a cidade brilhar. Tantas pessoas, tantas histórias. Um dia fiz parte dela - tive a minha história. Um dia, eu acendi minha lâmpada e brilhei por aqueles arredores também. Incrível como a gente pensa que nunca vai superar, que nunca vai esquecer; mas a gente supera, a gente cresce. A gente amadurece e aprende a perdoar. Depois, a gente amadurece mais um pouco e aprende por quem vale a pena sofrer; quem vale a pena perdoar. 

Tirei meu carro da garagem há um tempo e hoje volto à essas ruas; volto à essas luzes. Sinto um aperto no coração quando penso em todas as folhas que tive que rasgar para continuar escrevendo o livro da minha vida. Mas a vida é assim: depois de cometer alguns erros, temos o dever de passar a lição a limpo. E a lição ensina a amar. Ensina a perdoar. Ensina a esquecer. Ensina, mais do que tudo, a seguir em frente. 

Fiquei espantada com as mudanças nas luzes da cidade - elas não são mais tão brilhosas. Com o tempo que passou, minha visão de criança se perdeu e agora elas são tão simplórias...são fracas e velhas. Junto com a maturidade, o brilho das coisas se perde. Os prédios, os carros, o sorvete - tudo que parecia ser imensamente grande ou imensamente bom vira opaco. E mesmo sem esse brilho de antigamente, seguimos a busca. Sempre em frente, não importa em qual direção. Cheguei à conclusão que ser adulto é um saco. Que as luzes da cidade se apagam quando temos 20 e poucos. 

Gostaria de voltar no tempo pra poder acender todas as luzes de novo. Reaprender a chorar, reaprender a perder, a buscar, a sentir. Recomeçar da estaca zero. Mas tenho sorte de, mesmo que fracas, ainda enxergá-las. Acho que é como dizem...para quem crê, há sempre uma luz no fim do túnel.

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