Parece que a atitude vem se dissipando. Meus textos não
falam mais sobre meus gostos e tenho tido uma tendência ao caos do mundo. O que
será? Mudar é tão difícil. Me pego fazendo coisas que há tempos acharia
ridículo, e sinto falta do meu antigo – e parece que verdadeiro – eu. Não é que
eu não queira, só acho difícil crescer sozinha assim, rodeada por pessoas que
não pensam do mesmo jeito que eu e não tem os mesmos gostos. Não sou uma pessoa
solitária, pelo contrário: tenho amigos que gostam de mim de verdade, e o
sentimento é recíproco. Quer dizer, como eu vou desenvolver meus pensamentos
sem alguém para discuti-los? Sem alguém com quem conversar, argumentar, se
rebelar. Não sou uma anarquista, a rebelião da qual eu falo é a interior. É
aquela que faz você mudar e mudar os outros pra melhor. Contextualizando: não
ser somente mais um número, mais uma cabeça que se encaixa na massa, mais dois
braços trabalhando para bancar corruptos é a meta. Quero que minha cabeça seja
morada de teorias, estratégias, meios de melhorar onde eu vivo. Quero que meus
braços sirvam sim para o trabalho, porém, para o trabalho não somente em meu
benefício e àqueles que ostentam cargos imensos, mas sim aos menos favorecidos,
voluntariamente; quero também que eles sirvam para ajudar o meio-ambiente no
plantio de árvores e para afagar a dor e a tristeza de alguém quando precisar
de um abraço. Aliás, mídia, eu tenho um coração, um cérebro – que funciona
muito bem, ao contrário do que você almeja, e dois olhos conectados com minha
língua, que é bem afiada, para denunciar qualquer injustiça que eu veja. Eu não
sei a razão de ter escrito esse texto – talvez porque eu estou irritada com as
garotas que escutam sertanejo e tiram foto fazendo biquinho, ou com os garotos
que acham que gastar metade do salário da mãe em um tênis é algo cool. Pode ser
porque eu não tenho ligado pra opinião de absolutamente ninguém e tenha me dado
o luxo de escrever textos misturados.Talvez seja porque eu não falo as coisas
ruins para as pessoas a fim de mantê-las bem, felizes, confortáveis. Pode ser, ainda, porque eu acho uma tremenda
falta de bom senso estar no poder e não saber usá-lo, ter como e não ajudar as
pessoas que necessitam de apoio, ser alguém fútil que só se preocupa com a
aparência e o novo lançamento da Accessorize (aliás, não faço a mínima idéia e
questão de saber como se escreve isso). Continuem indo pra escola com esse
sorriso falso, esperando pelo final de semana, onde as únicas coisas que serão
feitas vão ser ir pra festa, beber, beber beber, pra depois cair na cama e
esquecer da vida. Falando em vida, acho que a de vocês anda pela estrada
certa...aquela cheia de buracos. Abaixo a ignorância, por um mundo melhor –
pelo amor de Deus! Eu não sei, só sei que não sou o que vocês querem.
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