25 novembro, 2011

Exagerados


Na nossa mão, o pouco vira muito, uma única vez vira sempre e o banal vira importante. Exageramos quando estouramos o limite do cartão de crédito, exageramos nas doses de tequila, exageramos no amor e nos entregamos não fácil, mas intensamente. Intensamente tudo, aliás: somos tão intensos que todos os sentimentos são elevados ao cubo e as preocupações passageiras tomam nossa mente como se fossem o problema do ano. Exageramos nas palavras, exageramos nos sorrisos enquanto queremos chorar; exageramos no batom vermelho e no sorvete por culpa daquela desilusão amorosa. Exageramos, no volante, na velocidade; sem falar do sono: exageramos muito nele. Exageramos no salto, na maquiagem, na adoração à algo e, pior: sabendo que estamos exagerando! Exagerar não é um erro, somente uma forma diferente de ver o mundo, de fazer as coisas – se bem que a gente podia exagerar mais ainda nos abraços e sorrisos, né?

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