Hey, USA!

O intercâmbio é algo que desperta curiosidade entre todos e está cada vez mais forte entre os adolescentes. Aposto que você já se pegou pensando em como seria morar em um país diferente, experimentar uma nova cultura, uma nova língua...afinal, tudo o que é diferente é atraente aos nossos olhos. Pensando nisso, fiz algumas perguntinhas pra Luana Palma (@gatadonick), que tem 15 anos, mora no interior do Rio e, nos EUA, está na casa de uns amigos da sua família, numa cidade perto de Cape Girardeau, no Missouri. Quer saber como está sendo?

Como foi a decisão de fazer um intercâmbio e a reação de seus familiares a partir da mesma?

A decisão de fazer intercâmbio sempre foi minha, eu sempre quis fazer intercâmbio, e vir morar aqui definitivamente. Quando descobri que os amigos do meu pai estavam morando aqui e eles me chamaram pra ficar 4 meses, eu aceitei na hora. Como esses amigos do meu pai são super legais e são melhores amigos dele, meus pais deixaram eu ficar aqui na casa deles.

Como está sendo morar em um país estranho? 

Eu estou amando "morar" aqui. Sim, é bem diferente. É estranho você sair na rua e ver as pessoas falando inglês, e não português. É também estranho ver as pessoas respeitando os limites de velocidade, não sujando a rua porque dá multa, respeitando as filas, respeitando as vagas de deficientes, sendo sempre educados. Tem exceções, é claro, mas as que eu vi foram bem poucas.

Você pode contar um pouquinho como são as pessoas aí e a família que está te hospedando?

A Cláudia é muito legal, ela é super engraçada, ela fica sempre sacaneando o meu pai com qualquer coisa que ele fala, a gente se diverte muito. Se não fosse ela a gente não teria ido no show do Mike Posner e do Big Time Rush. O Zé (aqui chamamos ele de Joe) também é bem legal, só que eu não tenho tanta intimidade com ele, então é diferente da minha relação com a Cláudia. A Bianca é minha amiga desde que nascemos, então nos damos muito bem, ela gosta de algumas coisas parecidas com as que eu gosto, tipo a Swift, o Mike Posner etc. A Maria Clara tem 5 anos, ela é uma figura! Outro dia na casa da minha avó americana ela colocou duas bolas nos peitos e começou a dançar Poker Face, hahahaha. Ah, e ela é bem sincera, e um pouco preconceituosa com algumas coisas. Mas tirando isso, ela é uma criança maravilhosa!

E o sistema de ensino? A grade escolar é mais completa e tão puxada quanto falam?

Aqui é muito diferente! Por exemplo, pra ir pra faculdade eles têm que ir somando créditos ao longo do High School, então se você já juntou créditos suficientes você pode, por exemplo, não fazer educação física. Aqui tem muitas aulas diferentes, o meu horário está assim: Física, desenho, francês, inglês, história dos EUA, advisory (é uma aula aonde fica uma professora com você  pra tirar duvidas de deveres etc), álgebra e aula de Photoshop.

Eu estou achando a aula de álgebra muito fácil, e aqui eles usam calculadoras pras aulas de exatas. 

Aqui eles não tem aula de Geografia, então no terceiro ano eles fazem uma prova que é o mapa dos EUA sem os nomes dos estados, e eles têm que completar corretamente. Bom, não sei se todas as escolas são assim, mas já vi muitas que são. 

Do que mais você está gostando aí, até agora?

Eu to amando as compras. Aqui os preços são incríveis, gastei muito pouco comprando o meu material! Fiquei chocada quando vi um fichário do Paul Frank por apenas cinco dólares. Isso acontece porque aqui nos EUA você paga muito pouco de impostos em cima do preço dos produtos, já no Brasil nós pagamos muito. Ah, e aqui quando você compra qualquer coisa, na nota fiscal vêm quanto de imposto você pagou. Por exemplo, hoje a Cláudia me deu 3 pastas dos Jonas e dois cadernos dos Jonas, o total deu 4,88 + 7% do total, que dá 0,39 centavos. É muito barato!

Tirando a família e os amigos, do que mais você sente falta aqui do Brasil?

Eu sinto muita falta da comida. Aqui é tudo apimentado, cara, eu tenho que tomar litros de água toda vez que como na rua. Ah, e sinto saudade do filet mignon, porque aqui não existe isso.

Btw, pra quem quiser saber mais e acompanhar, a Luana tem um blog, o Dreaming Out Loud, onde ela conta como está sendo a experiência. 

BARILO BARILO BARILOCHE! Pt. II

QUINTO DIA:

Hoje é dia de conhecer a neve! A manhã foi livre, então saímos pela cidade, fizemos compras etc. Bem cedinho, por volta de 13h, saímos para o Cerro Otto, onde praticamos esquibunda e, depois mais, seguimos para a Otto House, uma danceteria (isso mesmo) no cerro. O esquibunda é simplesmente demais! Super fácil de praticar e divertido. As pistas são repletas de neve, curvas e lombadas que deixam o trajeto mais legal ainda. P.S: Nada melhor que fazer guerra de neve. Na Otto House, tomei o melhor chocolate quente e comi o melhor alfajor da minha vida inteira! Sério hahaha. A noite foi novamente na Genux, com a festa à fantasia. Não sou muito chegada nessas coisas, então fiquei no hotel com o Lorenzo e a Jojok. Ah! Não podia deixar de comentar que nesse dia completei um ano de namoro - eu sei ok, somos fofos.

SEXTO DIA:

Muita neve, outra vez! Hoje é dia de conhecer o Cerro Catedral. Saímos assim que almoçamos rumo ao Catedral, orientados por uma guia argentina que foi com a gente no ônibus, explicando a história do cerro, os atrativos dele e dando dicas aos esquiadores de primeira viagem - meu caso! Subimos nas aerocadeirinhas (faz um frio enorme lá em cima, sério), pegamos os equipamentos e partimos pra aulinha de esqui. Os instrutores deram dicas de como frear, colocar e tirar o esqui e treinaram uma vez com a gente - básico. Chegou a hora de esquiar pra valer: eu realmente nunca fiquei tão confusa em toda minha vida hahahaha. Não tinha a menor ideia de como fazer! Depois de uns tombos, estabilizei e consegui esquiar por uns 4 metros - todos comemora. Cansados, largamos o equipamento e fomos brincar - boneco de neve mode on. Ao invés de ir pra boate do dia, a Grisu, aproveitamos para sair pela cidade.

SÉTIMO DIA:

Dormir até tarde, passar a tarde inteirinha livre, dando voltinhas por Bariloche - preciso de mais uns dias assim. Se vocês estão pensando que esse foi o dia da preguiça, nada disso! hahaha. Não paramos um segundo: de cá pra lá, de lá pra cá com sacolas na mão, entrando em todas as lojas possíveis, experimentando todos os sabores possíveis. E, ah! Surpresa: enquanto estávamos fora do hotel, nevou na cidade s2 Emendamos com a noite, então, nada de festa pra nós.

OITAVO DIA:

Mais neve pra nós! Hoje é dia de Piedras Blancas. Fail: eu, o Lorenzo, a Jordana e mais uns garotos nos atrasamos para o passeio e fomos pra lá de táxi mesmo - achamos que iria acabar em confusão, mas no final deu tudo certo hahah. O Piedras Blancas é conhecido por suas enormes pistas de esquibunda, divididas em setores e bem elaboradas: são mais íngrimes, tem mais neve e mais lombadas também, além de curvas mais acentuadas: amamos. A noite, saímos para comer e ficamos no hotel, novamente, pela noite. O melhor de tudo é que o hotel não para: tem sempre música, o bar tá sempre aberto e a sala de recepção é bem ampla, ou seja, dá pra ficar bem a vontade.

NONO DIA:

Hoje foi o dia do Canopy, mas nós optamos por deixar o passeio de lado e rumamos à cidade. Respiramos 'Bariloche' a tarde inteira, sendo que a noite fomos à By Pass, boate super conhecida por lá, com seus conceitos de arquitetura romana e um show i-n-c-r-í-v-e-l de laser. Palavra da noite: diversão. Tivemos que aproveitar, pois essa foi nossa última noite em Barilo :(

DÉCIMO DIA:

Nos vamos a Buenos Aires! Embarcamos rumo a Buenos logo pela manhã, exaustos, e dormimos que nem anjinhos durante boa parte da viagem. Aliás, eu nem percebi que o pneu do ônibus havia furado e que nós estávamos QUATRO horas a mais na estrada que o previsto - isso que dá ficar dormindo como se não houvesse amanhã.

DÉCIMO PRIMEIRO DIA:

Chegamos, enfim, a Buenos Aires! Nos acomodamos no Hotel Salles e a palavra foi "descansar". Pedimos  pizza e ficamos, literalmente, atirados na frente da TV. Detalhe: na Argentina é raríssimo produzirem pizzas de carne - o máximo que nós encontramos foi de frango e, hm, sem queijo nenhum hahaha. Era dia de eleição, então imaginem as atrações super divertidas da televisão rs. Nossa válvula de escape foi a internet, mesmo.

DÉCIMO SEGUNDO DIA:


Aeroporto, pra que te quero? Rumamos ao aeroporto cedíssimo, acertamos tudo e ficamos pelas lojas de lá. No vôo, adivinhem o que eu fiz..................dormi, é claro! haha Eu estava exausta e não nego colo quando isso acontece. Só fui acordada pelo Lorenzo na hora da turbulência e na hora de desembarcar - nem acreditava que tinha chegado em terras brasileiras!!!!!11 Comemos algo no aeroporto de POA e embarcamos na van, rumo à minha cidade, Cachoeira do Sul. Quando cheguei em casa, não podia mais aguentar de saudade e vontade da minha cama, da minha comida, da minha vida normal. As férias foram bem-vindas, mas a volta também. Home, sweet home.