No consultório médico de pediatria: era ali que eu me encontrava à tardinha numa segunda-feira fria - sim, ainda frequento o médico pediatra. Ali, viam-se os extremos: gente muito grande, os papais, e gente muito pequena, os fraldinhas. Quando entrei, prestei atenção no fato de ser a única com mais de 5 anos ali na sala - sintam vergonha por mim, pois eu não me incomodo nem um pouco com isso. "Ok, estou numa fonte de casaquinhos, chupetas, brinquedos, fraldas e bochechas grandes. Respira." era a única coisa que eu conseguia pensar. Acomodei-me no sofá e, enquanto minha mãe reclamava sobre a minha mania de caminhar com o pé descalço em casa - 'ah, qual é, mãe! caminhar sem pantufas é bem melhor, coloquei meus fones de ouvido e olhei de relance pra televisão, que, por acaso, estava passando "Malhação" - sem querer ser nojenta ou qualquer coisa, mas eu preferia ter ficado assistindo Backyardigans. Desviei minha atenção pro colorido da sala, afinal, eram tantos brinquedos que fiquei com vontade de ser criança de novo só pra ter a oportunidade de pular naquela piscina de bolinhas - sim, além de cama elástica, eu amo piscina de bolinhas.
O tempo passava e nada do médico aparecer pra mim. Estava sem nada pra fazer e, como boa curiosa, comecei a observar os outros a minha volta. Mulheres com seus filhos, era isso que alguém enxergaria, mas, eu enxerguei outra coisa: amor. Pessoas abdicando tempo das suas vidas para dedicar àquelas criaturinhas tão inquietas - mexe na roupa, rouba o celular da mãe, brinca com o carrinho, pega a boneca e por aí vai. E, o que mais me chamou atenção, foi que elas não faziam isso com o semblante triste ou cansado, mas sim orgulhoso - com uma expressão de orgulho em suas faces ao ver aqueles filhos brincando, correndo, pulando e deixando a recepcionista louca (pobre Silvana). Elas dão amor incondicional à seus filhos - sejam eles do jeito que forem, adotados ou biológicos, não importa: amor de mãe só cresce - e me fizeram perceber que preciso dar mais valor à quem faz isso por mim. Você já disse "eu te amo" pra pessoa que te gerou, hoje?
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